Introdução
Toda experiência importa. E nenhuma é tão decisiva quanto a primeira.
O onboarding, ou processo de integração de novos(as) colaboradores(as), é um dos momentos mais importantes da jornada de experiência dentro das organizações. Esse período — que vai do aceite da proposta até os primeiros 180 dias de atuação — impacta diretamente na motivação, engajamento, produtividade e retenção dos talentos.
Porém, mesmo com tantos estudos comprovando sua relevância, o onboarding ainda é subestimado ou mal conduzido em muitas empresas. O resultado? Altos índices de turnover no primeiro ano, baixa produtividade e rupturas entre a marca empregadora prometida no processo seletivo e a realidade do dia a dia.
Neste artigo, vamos explicar o que é onboarding, por que ele importa tanto e como colocá-lo em prática de forma estruturada, personalizada e estratégica. Também traremos dados, boas práticas e recomendações com base na expertise da Pin People — a primeira plataforma de Employee Experience Management do Brasil.
O que é onboarding e por que ele importa tanto?
Onboarding é o processo estruturado de integração de uma pessoa recém-contratada à cultura, aos processos, às ferramentas e às pessoas da organização. Mais do que entregar crachá, acesso ao sistema e um treinamento técnico, trata-se de criar uma experiência significativa e contínua que facilite a adaptação e promova senso de pertencimento desde o primeiro dia.
É nesse momento que a promessa da marca empregadora começa a ser posta à prova. Se há desalinhamento entre o que foi prometido no recrutamento e o que está sendo vivido na prática, a chance de frustração — e desligamento precoce — cresce significativamente.
Segundo dados do Paychex, 48% das pessoas estão insatisfeitas com suas experiências de onboarding. Na base de dados da Pin People, 37% das pessoas desligam-se ainda durante o primeiro ano, sendo que 32% classificaram seu onboarding como confuso e 22% como desorganizado.
O impacto do onboarding na experiência do colaborador

O onboarding é uma das etapas mais decisivas da jornada de experiência. Segundo o Panorama da Experiência da Pessoa Colaboradora 2025 da Pin People, essa é a fase com os índices mais altos de favorabilidade da jornada, alcançando 91% de avaliações positivas e um eNPS médio de +83 logo nos primeiros dias.
Essa percepção positiva inicial, no entanto, exige um olhar cuidadoso. Os dados mostram que há uma queda de 13 pontos no eNPS até o 180º dia, indicando que o entusiasmo do início da jornada — o chamado “efeito lua de mel” — tende a diminuir à medida que a realidade do dia a dia se impõe.
Além disso, variáveis como clareza sobre carreira (78,4%) e feedbacks da liderança (77,4%) são os principais pontos de atenção no onboarding, com potencial de impactar diretamente na retenção e no engajamento no médio prazo. A geração Z, por exemplo, inicia a jornada com o maior índice de eNPS (+90), mas é também a que mais se frustra ao longo do tempo, chegando a +10 no momento de saída da empresa.
Esses dados reforçam que o onboarding precisa ser tratado como investimento estratégico — não apenas para criar uma boa primeira impressão, mas para estabelecer vínculos duradouros, acelerar a adaptação e reduzir o risco de turnover precoce.
Os principais erros no processo de onboarding
Antes de falar da prática ideal, vale entender o que não fazer. Os erros mais comuns incluem:
- Falta de planejamento e padronização: processos desorganizados, improvisados ou que variam muito entre áreas.
- Excesso de informações técnicas sem contexto: sobrecarregar a pessoa com ferramentas e treinamentos sem apresentar a cultura e os relacionamentos.
- Acolhimento superficial: não promover conexões reais ou espaço para troca com o time.
- Ausência da liderança direta: gestores(as) ausentes no processo de recepção e acompanhamento.
- Comunicação ineficaz: e-mails genéricos, falta de clareza ou excesso de mensagens sem propósito.
- Não mensurar a experiência: sem feedback, a empresa não sabe se o processo está funcionando nem onde melhorar.
Como estruturar um bom onboarding na prática
Um onboarding eficiente é aquele que olha para o ser humano de forma integral, considerando suas necessidades emocionais, cognitivas e sociais nesse momento de transição.
A Pin People propõe um modelo baseado em trilhas, que combinam dois elementos:
- Pesquisas de experiência: para ouvir quem está vivendo o onboarding nos momentos que importam;
- Pílulas de comunicação: conteúdos curtos, personalizados e acionáveis que ajudam a guiar a jornada da pessoa.
Etapas essenciais de um bom onboarding

Do ponto de vista de experiência, precisa-se atuar em 5 níveis para garantir o sucesso de onboarding, sendo eles - um bom direcionamento dos processos organizacionais, o estímulo das conexões, o reforço da cultura, a clareza da função e o impacto que a pessoa colaboradora gera para a organização.
Dessa forma, as etapas podem variar de acordo com o perfil da empresa, mas geralmente incluem algumas atividades e a escuta ativa ao final de cada nível:
1. Pré-onboarding (entre a assinatura da proposta e o primeiro dia)
- Envio de um e-mail de boas-vindas;
- Compartilhamento de informações práticas;
- Introdução à cultura da empresa;
- Contato com o(a) futuro(a) líder ou buddy.
2. Primeira semana
- Recepção calorosa (virtual ou presencial);
- Acesso a ferramentas e canais;
- Apresentação institucional;
- Roda de conversas com diferentes áreas;
- Check-in de expectativas com a liderança;
- Pesquisa de experiência do onboarding (D+7).
O foco no final da primeira semana está em Identificar se a pessoa está sendo acompanhada, se ela recebeu o suporte e a base sobre a empresa, se foi sobrecarregada sem ter o conhecimento necessário.
3. Primeiro mês
- Início das entregas e responsabilidades;
- Acompanhamento mais próximo da liderança;
- Ações de socialização com o time;
- Feedback inicial.
- Pesquisa de experiência do onboarding (D+30);
Após este ciclo já é possível avaliar a qualidade dos treinamentos dados, a integração com o time, entendimento dos processos, alinhamento das expectativas e da descrição da vaga.
4. Três primeiros meses
- Treinamentos técnicos ou de cultura;
- Avaliação do desempenho inicial;
- Conversas sobre plano de desenvolvimento;
- Alinhamento de expectativas de longo prazo.
- Pesquisa de experiência (D+90);
Em três meses encerramos a primeira metade da fase de onboarding e começa-se a analisar além das contribuições iniciais com a área, a atuação da liderança no acompanhamento, a satisfação com o modelo de trabalho e a integração com a cultura da empresa. Recomenda-se também a coleta de feedbacks para melhorias nesta etapa do onboarding.
5. Até 180 dias
- Avaliação da jornada de integração;
- Pesquisa de impacto;
- Conversa sobre engajamento e retenção;
- Ações de melhoria contínua.
- Pesquisa de experiência (D+180)
Em 6 meses o “efeito lua de mel” acaba e a permanência da pessoa colaboradora na empresa até o final do onboarding permite analisar os pontos fortes e fracos do processo além de identificar as expectativas de permanência, a clareza sobre a carreira e qual a visão de oportunidades de desenvolvimento.
É recomendado pegar além de feedbacks de melhoria, feedbacks sobre a liderança.
O papel da liderança e da cultura
A experiência de onboarding não pode ser responsabilidade apenas do RH. É essencial envolver:
- Lideranças diretas, que devem receber preparo e materiais para acolher e acompanhar de forma ativa;
- Buddies, que atuam como ponto de apoio para quem está chegando;
- Time, que deve estar engajado em promover um ambiente de escuta, colaboração e segurança psicológica.
Cultura, aliás, é um dos grandes diferenciais percebidos pelas pessoas nos primeiros meses. Segundo o Panorama da Experiência do Colaborador da Pin People (2023), 97% das pessoas relatam identificação com valores e cultura logo após o onboarding. Mas o eNPS médio do período ainda assim cai 15 pontos entre 30 e 90 dias — um sinal de que a experiência não pode parar no primeiro dia.
Métricas e feedback: como medir o sucesso do onboarding
Sem dados, não há experiência. Medir o onboarding é essencial para:
- Entender o que está funcionando ou não;
- Detectar gargalos antes que eles virem problemas;
- Demonstrar o valor estratégico do processo.
A Pin People sugere a aplicação de pesquisas contínuas, com variáveis analisadas em dimensões relevantes para a avaliação da qualidade deste momento de chegada. Além disso, utiliza indicadores como:
• eNPS (Employee Net Promoter Score);
• lNPS (Leadership Net Promoter Score);
• Pulso de treinamento;
• Feedback do(a) buddy e da liderança.
Boas práticas para diferentes perfis de empresa
Seja você uma scale-up em crescimento ou uma grande corporação, alguns princípios se aplicam a todos:
- Personalize por persona: pessoas técnicas e comerciais têm jornadas diferentes — mapeie essas nuances;
- Automatize sem desumanizar: use tecnologia para garantir consistência, mas preserve os pontos de contato humanos;
- Aposte em comunicações simples e frequentes: evite jargões e burocracia;
- Crie trilhas de conteúdo curtas: reforçando a cultura, comportamentos esperados e aprendizados essenciais;
- Ofereça múltiplos canais de escuta: pesquisas, 1:1s, grupos focais e canais abertos;
- Integre o onboarding a outras etapas da jornada: ele não é um fim em si, mas o início de uma jornada que deve ser contínua.
Conclusão
Onboarding não é um evento. É uma experiência.
E uma experiência bem desenhada, estruturada e acompanhada pode mudar o jogo. Empresas que cuidam dos primeiros dias e meses de quem chega não apenas colhem melhores resultados — elas criam vínculos mais fortes, constroem confiança desde o início e reduzem drasticamente os riscos de frustração e desligamentos precoces.
Na Pin People, acreditamos que o onboarding é o primeiro capítulo da história que queremos escrever com cada pessoa colaboradora. Por isso, ajudamos empresas a estruturarem experiências que fazem sentido — com dados, empatia e tecnologia.
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Sobre a Pin People
Somos a parceria de escuta organizacional de algumas das maiores empresas do Brasil, já tendo impactado a experiência de +1 milhão de pessoas colaboradoras em mais de 10 países.
Com a nossa Pesquisa de Clima e Engajamento Organizacional, aplicada em formato de pesquisa tradicional ou pulsos frequentes, você explora o potencial do software de pesquisas da Pin People para indicar insights sobre o engajamento dos colaboradores com alto nível de adesão, de forma estratificada e em tempo real, permitindo a criação de planos de ação mais assertivos.
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