Em janeiro, um artigo super interessante foi publicado na Harvard Business Review, revista de administração da Harvard. O artigo chamado "9 Trends That Will Shape Work in 2021 and Beyond", ou seja, 9 tendências que irão moldar o trabalho em 2021 e além, publicado por Brian Kropp, diretor de pesquisa na Gartner HR, trouxe grandes insights sobre as possibilidades para o futuro do trabalho.
Nesse artigo, vamos mostrar as 3 tendências que mais nos chamaram atenção e que acreditamos que irão revolucionar a forma que trabalhamos a partir de 2021. Confira!
Mudanças em 2020 e 2021
Não dá para negar que 2020 foi um ano cheio de incertezas e que diversos planos tiveram que ser modificados várias vezes. No âmbito empresarial, as mudanças de rotas passaram por vários âmbitos: modelo remoto ou híbrido de trabalho, necessidade de posicionamento sobre diversidade e inclusão e até demissões em massa.
Todos nós queríamos muito que 2021 fosse diferente. Que trouxesse estabilidade e certezas, mas infelizmente estamos vendo que ainda há um longo caminho a ser percorrido para esse momento. Por isso, vamos às 3 tendências que vão moldar a forma que trabalhamos a partir desse ano.
Suporte para a saúde mental será o novo normal
Mesmo antes da pandemia, uma pesquisa da Gartner revelou que 45% do orçamento destinado para bem-estar dos colaboradores era utilizado para iniciativas de saúde mental e emocional. Com a chegada da pandemia da COVID-19, todas as pessoas começaram a prestar ainda mais atenção nesse aspecto, principalmente por se tratar de um momento com grande potencial de fragilizar emocionalmente os colaboradores.
Segundo a mesma pesquisa, até março de 2020, 68% das empresas adicionaram pelo menos uma iniciativa para o bem-estar dos colaboradores. Atualmente, a tendência promete ser cada vez mais forte e a discussão sobre o tema cada vez mais presente, não apenas pelo RH, mas por todas as áreas estratégicas da organização.
Segundo nossos dados publicados no nosso relatório anual "Panorama da Experiência do Colaborador 2020", a variável "Saúde Mental" foi a que mostrou pior favorabilidade durante a jornada dos colaboradores em 2020. Além disso, essa percepção vai piorando ao passo que as gerações são mais novas, enquanto a favorabilidade dos Baby Boomers é de 88%, a geração Z apresenta apenas 66% de favorabilidade para essa mesma variável, conforme gráfico abaixo.
Diferença no salário entre mulheres e homens continua a aumentar
Como foi percebido em 2020, a pandemia mostrou diversas facetas da desigualdade de gênero, trazendo jornadas duplas ou até triplas para mães que estavam trabalhando remotamente. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc), até junho do ano que passou, sete milhões de mulheres saíram do mercado de trabalho.
Junto a isso, CHROs relevantes estão relatando que percebem uma maior probabilidade por parte dos colaboradores homens a voltar ao modelo presencial do que mulheres. Entretanto, uma pesquisa da Gartner revelou que 64% dos líderes acreditam que colaboradores remotos possuem performance menor do que os que estão presencialmente na empresa.
Apesar dessa opinião, pesquisas apontam que colaboradores em regime remoto possuem 5% mais chance de serem colaboradores de alta performance do que no trabalho presencial. Como consequência, existe uma tendência que homens sejam super recompensados, pela falsa crença de que estar no escritório gera mais performance, ao passo que mulheres podem ser subestimadas por seu trabalho, já que em maioria preferem continuar no modelo remoto.
Líderes vão ampliar a Experiência do Colaborador para a experiência de vida do colaborador
Em primeiro lugar das tendências citadas no artigo, um novo mindset para o RH foi mostrado. Principalmente fora do Brasil, onde a maioria das empresas trabalha com a Experiência do Colaborador, o escopo está sendo aumentado para cuidar da experiência de vida dos colaboradores.
A pandemia da COVID-19 trouxe uma grande proximidade entre a vida do indivíduo e o trabalho, e nada faz mais sentido do que olhar a jornada do colaborador sob essa ótica. Nesse momento, a importância de dar suporte não apenas profissional mas também pessoal para os colaboradores foi provada.
E os benefícios são para ambos os lados! Para os colaboradores, trabalhar em ambientes onde existe o suporte para a experiência de vida tem como consequência 23% dos colaboradores com mais saúde mental e 17% relatando maior saúde física. Já para as organizações, há um crescimento em 21% de colaboradores com alta performance se comparado às empresas sem esse apoio.
Por isso, 2021 é o ano em que as empresas irão apoiar seus colaboradores em relação à saúde mental, saúde financeira e outros pontos que ainda não eram vistos como: a qualidade do sono dos seus membros. O recado que fica disso tudo é que, mais do que nunca, colocar os colaboradores no centro é essencial e uma vantagem competitiva primordial.
Quer conferir as outras tendências citadas no artigo? Acesse aqui, ou se preferir a versão traduzida, clique aqui.
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