A pesquisa de clima organizacional pode ser conceituada como uma ferramenta utilizada tradicionalmente nas empresas para mapear a percepção dos colaboradores sobre diferentes aspectos da experiência. Online ou presencialmente, os respondentes assinalam uma série de questões sobre sua experiência na empresa, de forma que mostre seu grau de engajamento e satisfação em relação aos pontos abordados. Em relação à periodicidade, a pesquisa de clima é aplicada, geralmente, uma vez por ano ou uma vez a cada dois anos.
No cenário anterior à pandemia da COVID-19, esse método já era amplamente utilizado por inúmeros empresas, de diversos portes e segmentos. Porém, a situação de Home Office integral aumentou a preocupação dos profissionais de Gestão de Pessoas sobre o clima organizacional. Dessa forma, o RH percebeu ainda mais a importância de exercitar a escuta ativa dos seus colaboradores de maneira contínua, orientada a dados e com resultados rápidos.
Apesar dos benefícios da pesquisa de clima, o cenário corporativo e, principalmente, o papel do RH está passando por enormes mudanças. O papel da Gestão de Pessoas ocupa um lugar cada vez mais estratégico nas empresas, o que favorece a modernização de métodos frente às novas tendências de gestão. Dessa forma, a pesquisa de clima pode ser considerada ultrapassada pelos seguintes motivos:
- Envolvem uma alta complexidade de elaboração, trazendo uma demanda de tempo e esforço para o RH que poderia ser reduzida;
- O processo de análise e criação de soluções para os pontos de melhoria são extremamente demorados, fazendo com que os planos de ação construídos percam sua eficiência;
- Em diversas empresas não há sequer uma devolutiva para os colaboradores, fazendo com que eles se sintam desmotivados a responderem a próxima pesquisa de clima.
No cenário atual, existe uma latente necessidade de modernizar esses processos de forma com que a escuta dos colaboradores seja mais ágil, analítica e digital.
Gestão de Pessoas e Transformação Digital
Tendo em vista o protagonismo crescente do RH, novas abordagens são necessárias para tornar a área cada vez mais estratégica. Um das principais mudanças necessárias seria a transformação do olhar destinado ao colaborador. Como falado anteriormente, a pesquisa de clima analisa aspectos pontuais (e muitas vezes sem contexto) da relação entre os colaboradores e a empresa, sem mencionar a demora na transformação dos dados em estratégias de negócio.
Apesar dos benefícios, há limitações nessa abordagem. Por exemplo, imaginemos uma empresa X que aplique anualmente uma pesquisa de clima no mês de outubro. Em outubro de 2019, os colaboradores relataram suas impressões sobre diversos aspectos da experiência na empresa. Em março de 2020, houve uma pandemia que transformou radicalmente as experiências de trabalho. Como uma pesquisa anual, como o RH vai conseguir enxergar verdadeiramente as dores e demandas desses colaboradores?
Tendo em vista esse desafio, acreditamos que a experiência do colaborador precisa ser acompanhada de forma mais frequente, analítica e digital. A pandemia da COVID-19 nos mostrou que os contextos podem mudar rapidamente, por isso, temos que ser capazes de acompanhar a velocidade das mudanças. O mesmo acontece com a experiência do colaborador que, dependendo do contexto, pode ser modificada completamente.
Segundo o Linkedin Global Talent Trends 2020, Employee Experience (EX) é considerado a maior tendência no mundo do RH atualmente. Dessa forma, ao adaptar o olhar do RH para a experiência do colaborador, é possível prestar atenção em tudo que os colaboradores observam, sentem e pensam ao longo da sua interação e relacionamento trabalhando em uma empresa. Assim, atuar com esse tema significa investir em uma melhor experiência do colaborador, o que implica em medir, entender e melhorar a sua jornada na empresa de forma contínua.
Pilares de Employee Experience
A abordagem inovadora de Employee Experience não necessariamente anula a pesquisa de clima, porém demanda uma transformação profunda em sua construção, tendo em vista que cada vez mais se mostra latente a importância de considerar diferentes contextos dos colaboradores para entender o que realmente importa para eles.
A pesquisa de clima tradicional é reflexo da crença de que os colaboradores são o meio para atingir determinados fins estratégicos, considerando apenas o olhar da empresa. Na nova perspectiva, enxergamos os colaboradores no centro, tendo como objetivo alinhar as necessidades dos colaboradores com os objetivos da empresa, em uma relação Win-Win.
Mesmo assim, acreditamos que antes de definir qual metodologia é a mais adequada para cada empresa, é necessário entender alguns pilares importantes para uma boa gestão da experiência do colaborador. Aqui na Pin People utilizamos o Método dos 3Q’s para trazer contexto para a experiência dos colaboradores.
Resumidamente, leva-se em consideração: Quem (Qual é o grupo ou persona do colaborador?); Quando (De qual momento da jornada estamos falando?) e O quê (O que importa nesse momento?). Após esses três questionamentos respondidos, é possível agir com mais precisão, avaliando questões relevantes para o momento e atuando sobre as reais dores dos colaboradores.
Benefícios da pesquisa de clima contínua
Reunimos os principais benefícios de transformar a tradicional pesquisa de clima para uma abordagem mais contínua, tornando-a mais digital e escalável e trazendo a perspectiva da experiência do colaborador como principal parâmetro para entender o clima organizacional.
Aumento em 7x do Employer Branding
Colaboradores que possuem experiências positivas com a empresa em que trabalham, naturalmente, possuem mais chances de recomendar seu local de trabalho, tanto para seus amigos e familiares, quanto nas redes sociais. Fazer uma avaliação contínua do nível de recomendação dos seus colaboradores (eNPS) é uma forma de estar sempre agindo sobre o Employer Branding.
Diminuição do turnover em 40%
Empresas que adotam a escuta ativa e priorizam a experiência dos seus colaboradores possuem uma taxa de turnover menor. Isso ocorre porque, ao conhecer seus colaboradores e suas dores, há uma maior facilidade em agir para implementar melhorias que realmente farão a diferença.
Aumento de receita
Investir na experiência dos colaboradores pode significar duplicar a receita da sua empresa! Esse benefício pode ser explicado por uma maior eficiência por parte dos colaboradores como resultado do alto engajamento e da produtividade da equipe.
7 vezes mais inovação
Em empresas que o colaborador se sente ouvido e valorizado, há um desenvolvimento natural da inovação. Pode parecer coincidência, mas as empresas que mais investem na experiência do colaborador são também as que possuem mais alto nível de inovação dentro da sua cultura e seu propósito. A exemplo disso, podemos citar: Apple, Google, Facebook, Airbnb e Linkedin.
Protagonismo do RH na tomada de decisão
Como já visto, a pesquisa de clima é uma ferramenta para, literalmente, mapear o clima da empresa de acordo com a percepção dos colaboradores. No entanto, o protagonismo conquistado pelo RH exige uma nova abordagem capaz de tornar a Gestão de Pessoas mais ágil e estratégica. Dessa forma, a gestão da experiência do colaborador necessita de ferramentas que consigam capturar dados de forma frequente e escalável e que forneçam insights e aprendizados para orientar a tomada de decisão.
Para conseguir atuar na experiência do colaborador é preciso mapear os momentos que realmente importam para cada grupo ou persona de colaboradores. A partir dessa nova abordagem de pesquisa, é possível mitigar um dos principais pontos fracos da pesquisa de clima tradicional: a frequência em que é feita. Assim, ao trabalhar com ferramentas de Employee Experience, derrubamos a barreira da periodicidade e passamos a fazer as perguntas certas para as pessoas certas na hora certa.
Além disso, ainda existem diversos benefícios ao trazer essa nova perspectiva para sua empresa, que vão desde a diminuição das taxas de turnover até o aumento da receita. Dessa forma, apesar de ser adotada de maneira tradicional, a pesquisa de clima não se mostra tão eficaz e assertiva nos dias de hoje, frente a um mercado em que é cada vez mais desafiador em atrair e reter talentos.
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